sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Lorca

VOLTA DE PASSEIO

Assassinado pelo céu,
entre as formas que vão
para a serpente e as formas
que buscam o cristal, deixarei
crescer meus cabelos.

Com a árvore de tocos
que não canta e o menino
com o branco rosto de ovo.

Com os animaizinhos
de cabeça rota e a água
esfarrapada dos pés secos.

Com tudo o que tem cansaço
surdo-mudo e mariposa
afogada no tinteiro.
Tropeçando com meu rosto
diferente de cada dia.
Asassinado pelo céu !

( tradução: William Agel de Melo )

Nenhum comentário: